Tenho que escrever ao menos duas poesias por dia,
Até fevereiro, quando meu livro de
[coletâneas será publicado
Poderei dizer que sou poeta,
Só assim declararei um sorriso falso
Vou a algum bar, pedirei uma cachaça de alambique
Na jukebox, uma seleção de José Augusto
Nesta data, poderei dizer que sou poeta
E morrer feliz, mesmo que as dez cópias
Não sejam lidas nem por meus filhos
Na lápide de meu túmulo estará escrito:
"aqui jaz o poeta que viveu para criar 60 poemas que não serão lidos"