07/03/2017
Escrever é como tomar um copo de cerveja gelada depois de caminhar um dia inteiro pelo deserto da vida. Literatura é a cama girando depois de várias doses de vodca.
Minha igreja é ler Rimbaud, é devorar García Lorca e transbordar louvores nas estrofes de Fernando Pessoa. Não me vejo fora dela, é uma transmutação, transformo-me em páginas, a literatura é minha caneta, minha arma quando assalto o dicionário e levo embora suas mágicas palavras. O que eu faria sem o ar que faz pulsar o sangue quente dos livros empilhados em minha mente?
Ela é revolta, atira palavras de desassossego, de angústia e medo, terror e sorrisos.
A literatura é o céu que faz a chuva de imaginação cair sobre minha alma, esta se alimenta e regozija-se desse maná.
Ela é revolta, atira palavras de desassossego, de angústia e medo, terror e sorrisos.
A literatura é o céu que faz a chuva de imaginação cair sobre minha alma, esta se alimenta e regozija-se desse maná.
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Franz Kafka
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José Joaquim de Campos Leão
QORPO-SANTO
Federico Garcia Lorca
CHAGAS DE AMOR
Esta luz, este fogo que devora.
Esta paisagem gris que me rodeia.
Esta dor por uma só ideia
Esta angústia de céu, mundo e hora.
Este pranto de sangue que decora
lira já sem pulso, lúbrica teia.
Este peso do mar que me golpeia
Esta lacraia que em meu peito mora.
São grinaldas de amor, cama de ferido,
onde sem sono, sonho tua presença
entre as ruínas de meu peito oprimido.
E ainda que busque o cume da prudência,
me dá teu coração vale estendido
com cicuta e paixão de amarga ciência.