Sorrateiro, se arrasta nos becos lúgubres
Insurgente, conta passos de trevas nas varandas
[de casas rangendo dores crônicas
Atônito, não enxerga o peito em chamas
[e sangue
Ah! O estrago da demência sombria
Campos de trigo morto, caído sob a relva
A catástrofe profetizada no pergaminho
[da biblioteca secreta
Casto, não compadece de suas privações
Dúbio, chora desespero e raiva flui de seus
[lábios destituídos de sorrisos
A fome de morte devora as vísceras
A lua reflete suas fraquezas, destrutivas e vãs
Ah, se o silêncio o levasse para terras planas
Se o sal da terra lhe tirasse o fel impregnado
Se o vapor que sobe dos pântanos de sua
alma fossem céu encoberto de tristeza
[mas tristeza branda
Veria risos e sentimentos límpidos
[com peixes a navegar sob sonhos
[invernais
Lá seria sua eternidade sem sombra
[sem dúvida, sem ódio